no dia 10, mainha chegou aqui, de manhã cedinho. Joey já estava no trabalho, por isso eu peguei um taxi e fui buscá-la no aeroporto.
Chegamos em casa e ficamos na função de abrir as malas (ela trouxe tanta coisica de bebê!!), arrumar a minha mala e a de Shea, e comer!
Lá pelas 2:00pm fomos tirar uma soneca, pq ela tava cansada da viagem, e eu (bom... eu não precisava de desculpa NENHUMA para uma soneca, nesse final de gravidez..).
Umas 4:30pm eu acordei com umas cólicas chatas, fortes e intermitentes..
kkkkkkkkkkkkkk
Eu nunca tinha tido as tais de Braxton-Hicks, então nem sabia como era uma contração. Aquilo pra mim era cólica!
Acordei mainha falando o que eu tava sentindo, e ela falou que devia ser o início do trabalho de parto.
Joey chegou do trabalho, e as tais dores ainda persistiam..
Baixei um app no iPhone, que ajuda a contar os intervalos das contrações - Labor and Contraction Timer - SUPER RECOMENDO! Porque no meio da dor, é impossível contar os segundos.
Saímos para jantar no Outback aqui perto de casa, mas eu não estava me sentindo exatamente confortável, então pedimos para viagem. O garçom quase bota um ovo quando Joey disse que eu estava com contrações, e por isso não iamos mais comer lá! kkkkkkkkkkkk
Perguntou se eu queria uma ambulância, se o bebê ia nascer lá, se eu queria beber alguma coisa.. eu aceitei uma limonadinha, né? Vou dizer que não?
Em casa, eu comecei a comer, mas nem consegui me concentrar para terminar.
Fomos dormir, pq seria uma loooooonga noite.
Dormir, eu quero dizer, deitar, né? Pq, quem dormiu?
Mainha deitou, pq estava cansada da viagem, e eu nem deixei ela dormir direito a tarde, coitada. Eu deitei com Joey, mas gemia e me remexia tanto, que ele nem dormiu. Ficou comigo contando os intervalos das contrações.
À meia noite, eu falei com ele que queria ir para o hospital, porque os intervalos já estava super curtos há muito tempo.
Acordei mainha, super light, falei que tavamos indo no hospital, mas que podia não ser nada, que se ela quisesse podia ficar dormindo, e se fosse mesmo a hora, Joey voltaria para busca-la, mas ela levantou na mesma hora!
Seguimos bem tranquilos para o hospital, em Manhattan.
Senti falta daquela agonia, corre-corre de filme, quando alguém vai parir, sabe?
Não teve nada daquilo..
Chegamos no hospital, subi bonitinha na cadeira de rodas e a medica me examinou e eu tava com 3 cm de dilatação. A mádica disse que ia nascer naquele dia mesmo e me internou.
As 3:00am eu estava com 6 cm e ela perguntou se eu queria anestesia.
Mas que pergunta.
Que me desculpem as naturalistas de plantão, mas quem pari com dor é cachorra, numa caixa de papelão no banheiro de empregada. ME DÁ LOGO ESSA INJEÇÃO!!
Demorou... minha pressão baixou, eu vomitei... isso tudo por causa do agulhão da anestesia! kkkkkkkkkkkk
mas quando bateu... ummmmmmmm foi uma surra... delícia! Não tô titindo nada!
E ainda tinha um dispositivozinho com um botão que eu mesma liberava mais anestésico quando julgasse necessário - Quem disse que Deus não dá asa à cobra?
Mainha mandava eu dormir, que eu ia precisar ester descansada para A HORA H, e eu lá, atualizando Facebook, checando emails, qualquer coisa! Estava ansiosa demais para dormir!
Dorme, mulé!
Lá pelas 10:30 da manhã, eu estava bonitinha, toda cagada e tão grogue, todinha dilatada!
IT'S SHOWTIME!
E não é que mainha tinha razão? Eu estava esgotada e mal conseguia fazer força.. Ela e Joey estavam lá comigo, e tinha uma enfermeira, cujo nome eu não me lembro INFELIZMENTE, ela era negra e gordinha, e me ajudou tanto! "Quando sentir que a contração tá vindo, eu conto até 10 e vc faz força, 3 vezes, ok?"
E era um tal de PUSH PUSH PUSH par lá, e PUSH PUSH PUSH par cá...
E eu fiz força até onde não podia mais. Aí o médico disse que ia usar um tal de um aspirador. Um aparelhinho que garra na cabecinha do bebê e puxa ele pra fora. Eu visualizei um daqueles desentupidores enormes que a gente usa no sanitário, sabe?
NÃO SENHOR! NADA DE ASPIRADOR!
ESSA MOCINHA VAI SAIR DAQUI COM A FORÇA DA MAMÃE DELA!
PUSH PUSH PUSH
PUSH PUSH PUSH
PUSH PUSH PUSH
E Joey olhou pra mim com um par de olhos arregalados e falou: ELA TÁ AQUI! EU TÔ VENDO A CABECINHA DELA!
mais uma contração!
PUSH PUSH PUSH
PUSH PUSH PU....
POP!
28 minutos depois de iniciado os trabalhos, às 11:12am do dia 11 de maio, ela nasceu!
Daí pra a frente, eu não lembro de muita coisa. Lembro do Joey chorando sem conseguir controlar. O médico estendeu a tesoura pra ele e perguntou se ele queria cortar o cordão, e ele respondeu: NÃO!
kkkkkkkkkkkkkkk todo mundo começou a rir, e o médico enfiou a tesoura na mão dele e falou: vai cortar sim! Aqui ó:
E ele cortou o cordão umbilical de nossa neném.
Eles a colocaram em cima de mim, e eu lembro que fiquei com um medo de derrubar, que ela era tão pequenininha!!
pesando 3.445 Kg
Eles levaram ela pra limpar, pesar e fazer lá os procedimentos, num ambiente aquecido, dentro do mesmo centro cirúrgico, e eu fiquei chorando e me tremendo toda.
Minha mãe ia e vinha, dizendo que ela era linda! Que era perfeita, toda inteirinha. E eu pedia a Joey pra tirar fotos dela, e vir me mostrar! Que eu queria ver a carinha dela! Que já não lembrava mais.. e chorava..
Até que eles trouxeram ela pra mim.
A minha filhota. Toda branquelinha. Toda dormindinha, toda linda.
Finalmente, com meu amor em meus braços!
Oi Shea! Muito prazer, eu sou a sua mami!
com a vovozinha corujona
A caminho do quarto
com vocês, Shea Marie Otero. O meu tesouro.
E quem lembrava de contração?
De dor? De qualquer coisa?
Esse é foi o momento de maior extase da minha vida!
E eu faria tudo de novo, e de novo, e de novo!
Nossa.. fiquei até ofegante aqui, digitando isso...
Muita emoção!
Descansarei, com a lembrança deste dia lindo!
Beijos!
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